CURAR | Pandemia, corpo e mobilidade | #2
Três encontros para CURAR. Curar não no sentido convencional e científico de erradicar a doença, mas, sim, como no tratamento demorado que se dá à madeira, ao queijo ou ao concreto. Apurar, maturar, ficar ali onde o pensamento tropeça.
Na altura em que se marcam dois anos desde o primeiro confinamento em Portugal, preparamos três ciclos de curta-metragens, em co-curadoria com o Corona Short Film Festival de Berlim, e rodas de conversa semanais para pensar aquilo que foi, o que é e o que pode ser.
O evento contará com a presença de artistas e investigadoras/es, num espaço de partilhas desconfinadas e descontraídas sobre as nossas experiências individuais e coletivas nesses tempos.
1. Pandemia, desejo e tecnologia (17/03, quinta-feira)
2. Pandemia, corpo e mobilidade (23/03, quarta-feira)
3. Pandemia, arte e imaginação (30/03, quarta-feira)
Pandemia, corpo e mobilidade
Confinamento: clausura, retiro, isolamento, limite e fronteira. Num contexto em que todos os corpos estiveram obrigatoriamente mais ou menos “restringidos”, seja em casa, num hospital ou num país alheio, surge o problema de pensar as consequências sociais e políticas – bem como as potencialidades criativas – do corpo isolado, do corpo-bunker (Gonçalo M. Tavares), do corpo-vetor.
O que implica ser confinado? A experiência de viver em quarentena ainda permite espaço para a transgressão? Onde estão os limites desse confinamento e o que acontece quando tais limites são ultrapassados? Quem impõe o confinamento e em nome de quem? Como é que o confinamento transforma o corpo individual e coletivo? Quais são as consequências e as possibilidades criativas do corpo-bunker ou do corpo-vetor? O espaço virtual alarga ou confirma os limites do confinamento?
Convidados: Sílvia Pinto Coelho, coreógrafa, bailarina, performer e investigadora no Instituto de Comunicação da Universidade Nova de Lisboa (ICNOVA)
Chiara Pussetti, investigadora pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa sobre migrações, saúde e doença, género, corpo, emoções, desigualdades sociais, sofrimento e bem-estar em contextos urbanos.
O evento será principalmente em português, embora muitos filmes sejam em inglês ou sem língua.
Entrada livre sujeita à inscrição AQUI
CURE: Pandemic, body and mobility
Three encounters to CURE. Cure not in the conventional, scientific sense of eradicating the disease, but rather as in the lengthy treatment given to wood, cheese or concrete. To refine, to mature, to stay there where thought stumbles.
At the time that marks two years since the first confinement in Portugal, we prepared three cycles of short films, co-curated by Corona Short Film Festival of Berlin, and weekly conversation circles to think about what was, what is and what can be from now.
The event will feature the presence of artists and researchers, in a space of unconfined and relaxed sharing about our individual and collective experiences.
1. Pandemic, desire and technology (17/03, Thursday)
2. Pandemic, body and mobility (23/03, Wednesday)
3. Pandemic, art and imagination (30/03, Wednesday)
Pandemic, body and mobility
Confinement: enclosure, retreat, isolation, limit and border. In a context in which all bodies were necessarily more or less “restricted”, whether at home, in a hospital or in a foreign country, the problem arises of thinking about the social and political consequences – as well as the creative potentialities – of the isolated body, the body-bunker (Gonçalo M. Tavares), the body-vector.
What does being confined entail? Does the experience of living in quarantine still allow room for transgression? Where are the limits of this confinement and what happens when these limits are crossed? Who imposes confinement and on whose behalf? How does confinement transform the individual and collective body? What are the consequences and creative possibilities of the body-bunker or body-vector? Does virtual space extend or confirm the limits of confinement?
Invited guests: Sílvia Pinto Coelho, choreographer, dancer, performer and researcher at the Institute of Communication of the Universidade Nova de Lisboa (ICNOVA)
Chiara Pussetti, researcher at the Institute of Social Sciences of the University of Lisbon on migrations, health and disease, gender, body, emotions, social inequalities, suffering and well-being in urban contexts.
The event will be primarily in Portuguese though many films are in English or without language.
Free entry upon registration HERE.
Date
Time
Organizador/Organizer
Letícia Campos + Laila Algaves Nuñez
[PT] Letícia é licenciada em Jornalismo e doutoranda em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Tem mais de dez anos de experiência acadêmica e profissional, tendo desempenhado diversas funções em assessorias de imprensa, produção de turnês de artistas brasileiros na Europa, na elaboração e execução de projetos financiados pela DGArtes e produção audiovisual. Tem interesse sobretudo nas relações imbricadas entre a abordagem transnacional e os estudos de identidade, temas muito presentes na sua pesquisa atual, sobre o custo da distância e as dinâmicas de comunicação e emoção em tempos de COVID-19. E Laila é licenciada em Cinema e mestranda em Estética e Estudos Artísticos com especialização em Cinema e Fotografia pela NOVA FCSH. Tem mais de 3 anos de experiência no setor cultural, principalmente na área de artes visuais e performativas, e trabalha atualmente com comunicação cultural no estúdio this is ground control (principais projetos: BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas, Saison France-Portugal/Temporada Portugal-França 2022, MONSTRA | Festival de Animação de Lisboa). Desenvolve tese de mestrado acerca do desejo, do toque, do corpo e a possibilidade (ou não) de uma "intimidade sem proximidade", a partir da experiência pandémica. [EN] Letícia has a degree in Journalism and is a PhD candidate in Communication Sciences at the Faculty of Arts, University of Coimbra. She has over ten years of academic and professional experience, having played several roles in press consultancy, production of tours of Brazilian artists in Europe, preparation and execution of projects funded by the DGArtes and audiovisual production. She is mainly interested in the overlapping relations between the transnational approach and identity studies, themes that are very present in her current research, about the cost of distance and the dynamics of communication and emotion in times of COVID-19. Laila has a BA in Cinema and a Master's degree in Aesthetics and Artistic Studies with a specialization in Cinema and Photography from NOVA FCSH. She has over 3 years of experience in the cultural sector, mainly in visual and performing arts, and currently works with cultural communication in the studio this is ground control (main projects: BoCA - Biennial of Contemporary Arts, Saison France-Portugal/Temporada Portugal-France 2022, MONSTRA | Lisbon Animation Festival). She is developing her master thesis about desire, touch, the body and the possibility (or not) of an "intimacy without proximity", from the pandemic experience.