CURAR | Pandemia, desejo e tecnologia | #1

Três encontros para CURAR. Curar não no sentido convencional e científico de erradicar a doença, mas, sim, como no tratamento demorado que se dá à madeira, ao queijo ou ao concreto. Apurar, maturar, ficar ali onde o pensamento tropeça.

Na altura em que se marcam dois anos desde o primeiro confinamento em Portugal, preparamos três ciclos de curta-metragens, em co-curadoria com o Corona Short Film Festival de Berlim, e rodas de conversa semanais para pensar aquilo que foi, o que é e o que pode ser.

O evento contará com a presença de artistas e investigadoras/es, num espaço de partilhas desconfinadas e descontraídas sobre as nossas experiências individuais e coletivas nesses tempos.

1. Pandemia, desejo e tecnologia (17/03, quinta-feira)
2. Pandemia, corpo e mobilidade (23/03, quarta-feira)
3. Pandemia, arte e imaginação (30/03, quarta-feira)

Pandemia, desejo e tecnologia 17 Março

Falta muito?
A pergunta que nos fazemos todos os dias há dois anos, para Pedro Duarte, escancara a teimosia e persistência do desejo. Ao mesmo tempo, nunca se experimentou tanta melancolia, tanta solidão. “O desejo morre no vidro das janelas esmagado pelo lado de dentro como as moscas que procuram o fresco das casas”, escreve João Pinharanda no seu Diário do Confinamento.
Como pensar a resiliência ou a fragilidade do desejo em tempos de isolamento social? Mais, ainda, como pensá-lo no momento de reabertura dos espaços públicos e a readaptação à vida comunitária? Estamos cansados da sociabilidade? Queremos abandonar o zoom? Será o desejo um sentimento essencialmente íntimo ou antes uma experiência coletiva?

Convidados: João Pedro Cachopo, musicólogo, investigador e professor de filosofia na NOVA FCSH, autor de “A torção dos sentidos – Pandemia e remediação digital” (2020); Rita Marta, membro da Sociedade Portuguesa de Psicanálise; Bárbara Tavares, realizadora do filme “Women Locked Inside”, selecionado para o CoSFF.

O evento será principalmente em português, embora muitos filmes sejam em inglês ou sem língua.

Entrada livre sujeita à inscrição AQUI

CURE: Pandemic, desire and technology

Three encounters to CURE. Cure not in the conventional, scientific sense of eradicating the disease, but rather as in the lengthy treatment given to wood, cheese or concrete. To refine, to mature, to stay there where thought stumbles.

At the time that marks two years since the first confinement in Portugal, we prepared three cycles of short films, co-curated by Corona Short Film Festival of Berlin, and weekly conversation circles to think about what was, what is and what can be from now.

The event will feature the presence of artists and researchers, in a space of unconfined and relaxed sharing about our individual and collective experiences.

1. Pandemic, desire and technology (17/03, Thursday)
2. Pandemic, body and mobility (23/03, Wednesday)
3. Pandemic, art and imagination (30/03, Wednesday)

Pandemic, desire and technology

How much longer?
The question we have been asking ourselves every day for two years now, for Pedro Duarte, sheds light on the stubbornness and persistence of desire. At the same time, one has never experienced such melancholy, such loneliness. “Desire dies in the glass of the windows crushed from the inside like the flies that seek the cool of the houses,” writes João Pinharanda in his Diary of Confinement.
How to think about the resilience or fragility of desire in times of social isolation? Even more, how to think of it in the moment of reopening of public spaces and re-adaptation to community life? Are we tired of sociability? Do we want to abandon the zoom? Is desire an essentially intimate feeling or rather a collective experience?

Invited guests for the 17th of March: João Pedro Cachopo, musicologist, researcher and professor of philosophy at NOVA FCSH, author of “A torção dos sentidos – Pandemia e remediação digital” (2020); Rita Marta, member of the Sociedade Portuguesa de Psicanálise; Bárbara Tavares, director of the film “Women Locked Inside”, a selection of CoSFF.

The event will be primarily in Portuguese though many films are in English or without language.

Free entry upon registration HERE.


Date

Mar 17 2022

Time

7:00 pm - 9:30 pm
Letícia Campos + Laila Algaves Nuñez

Organizador/Organizer

Letícia Campos + Laila Algaves Nuñez

[PT] Letícia é licenciada em Jornalismo e doutoranda em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Tem mais de dez anos de experiência acadêmica e profissional, tendo desempenhado diversas funções em assessorias de imprensa, produção de turnês de artistas brasileiros na Europa, na elaboração e execução de projetos financiados pela DGArtes e produção audiovisual. Tem interesse sobretudo nas relações imbricadas entre a abordagem transnacional e os estudos de identidade, temas muito presentes na sua pesquisa atual, sobre o custo da distância e as dinâmicas de comunicação e emoção em tempos de COVID-19. E Laila é licenciada em Cinema e mestranda em Estética e Estudos Artísticos com especialização em Cinema e Fotografia pela NOVA FCSH. Tem mais de 3 anos de experiência no setor cultural, principalmente na área de artes visuais e performativas, e trabalha atualmente com comunicação cultural no estúdio this is ground control (principais projetos: BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas, Saison France-Portugal/Temporada Portugal-França 2022, MONSTRA | Festival de Animação de Lisboa). Desenvolve tese de mestrado acerca do desejo, do toque, do corpo e a possibilidade (ou não) de uma "intimidade sem proximidade", a partir da experiência pandémica. [EN] Letícia has a degree in Journalism and is a PhD candidate in Communication Sciences at the Faculty of Arts, University of Coimbra. She has over ten years of academic and professional experience, having played several roles in press consultancy, production of tours of Brazilian artists in Europe, preparation and execution of projects funded by the DGArtes and audiovisual production. She is mainly interested in the overlapping relations between the transnational approach and identity studies, themes that are very present in her current research, about the cost of distance and the dynamics of communication and emotion in times of COVID-19. Laila has a BA in Cinema and a Master's degree in Aesthetics and Artistic Studies with a specialization in Cinema and Photography from NOVA FCSH. She has over 3 years of experience in the cultural sector, mainly in visual and performing arts, and currently works with cultural communication in the studio this is ground control (main projects: BoCA - Biennial of Contemporary Arts, Saison France-Portugal/Temporada Portugal-France 2022, MONSTRA | Lisbon Animation Festival). She is developing her master thesis about desire, touch, the body and the possibility (or not) of an "intimacy without proximity", from the pandemic experience.